sábado, 26 de novembro de 2011

Nuvens

digo como Neruda:
para nascer nasci
para nada
para amealhar nuvens
guardar no silêncio das mãos
o silêncio das madrugada

não há o que costure
esse peito aberto
essa veia aberta
esse poema eternamente roto?

deixo meu rosto na chuva
e no fogo
sou sempre duas
ao me olhar no espelho
como um navio assombrado
tão  lentamente a palavra rara
anel de vento em nenhum dedo.

Gestos

com que medida
se mede o amor?
com quantas luas
ou sóis oceanos
tormentas
com quantos pequenos
ou quase imperceptíveis gestos?
perfumar a casa
fazer a cama
cortar o pão
rearrumar os olhos

pronuncio o teu nome
e de muito longe
um oásis me habita
e o ar estremece
povoado de anjos.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Humano

a mim interessa
o que é humano
o lodo acumulado
no fundo das almas
as tranças espessas
o nó cego  dos sentimentos
a corda do desespero
em volta do pescoço
o estalido noturno 
dos ossos



Espera

ando na ponta dos  pés
dentro de mim tudo dorme
um sono de areia


as palavras com que me untei
as casas sua paredes
de cal e esquecimento 


dormem as pegadas
dos que me tocaram
com pensamentos e sinos


tudo dormem um sono oblíquo
á espera de um poema.

Um chamado

para mim apenas
um sino basta
uma sirene
um chamado de navio
em alto-mar
frente ao íngreme penhasco 
ou farol solitário
frente à dura tarde de prata
para mim apenas
um arraste de correntes
em casa abandonadas
apenas isso 
para trazer de volta o  amor
como violetas esmagadas.

Vento

então fiquei muda
por muito tempo
ás vezes tocava
meu pequeno sino
de amealhar palavras
fechava os olhos
e fabricava delírios

na casa e  nos espelhos
eu não me reconhecia
eu era um  voo murmurado
estou cansada 
me  ajoelho no fundo da caverna
as mãos espalmadas
para que venha o vento.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

                       JUNTOS ATÉ O FIM  
Tem coisas na vida
Que nunca vão mudar
Um momento bom
Só é bom se tiver alguém pra dividir
Todo mundo tem segredos pra contar
Todo mundo tem que ter alguém para confiar
Alguém que você possa desabafar
Alguém que o destino pós pra te ajudar
Quando o dia vira noite você está a sós
Quando se perder eu vou te achar
Vou te guiar, pra te salvar
Quando pensar em desistir
Minha voz você vai ouvir
Quando o dia vira noite você está a sós
Quando se perder eu vou te achar
Vou te guiar, pra te salvar
Quando pensar em desistir
Minha voz você vai ouvir
Olhe pro lado, eu vou estar
Podemos ir até o fim
Sei que você faria o mesmo por mim
O mesmo por mim (2x)
Eu sei...
As vezes esqueço
Como o tempo passa
Dar valor...